Joguei esses dias o Bot, do Mario Seabra. Gosto muito da idéia de um jogo de tabuleiro abstrato, no qual você controla as peças com cartas. Mas esse tem problemas.

Primeiro, dá nó na vista. Daria pra fazer um negócio menos psicodélico, mais funcional.

Segundo, ele é tático ao extremo. Tão tático que não dá pra chamar de tático, é mais pra uma alternância de quebra-cabeças. É quase impossível prever as jogadas do oponente.

Terceiro, ele é pouco interativo. Pra atacar o oponente, você tem que se aproximar dele, mas isso é um risco maior pra você do que pra ele. Em vez de resolver o problema, o designer colocou objetivos alternativos. Funciona, destrava o jogo, mas a interação cai pra, sei lá, 40% do tempo de jogo.

Eu tiraria os objetivos alternativos, o jogo tem que ter combate. Mas não sei bem como estimulá-lo. Obrigar pelo menos um movimento por turno ajudaria, mas não sei se resolveria. Permitir um acúmulo maior de cartas na mão talvez pudesse ser excessivo, e ia piorar a questão do quebra-cabeças.

Talvez resolver o segundo problema ajudasse no terceiro. Limitar as possibilidades pode na verdade aumentar o foco, deixar o jogo mais estratégico, como no caso da captura obrigatória em damas. As opções são muitas. Permitir uma carta só por turno? Cartas de uma cor só por turno, ou talvez de um número só, independente da cor? Fazer com que a cobra tenha uma cabeça só? Transformar em um Snake?

Um twist legal que eu pensei aqui, talvez uma coisa meio Powerboats. Todo turno, você pode jogar uma carta na mesa, ou descartar uma carta da mesa. E você usa e reusa as cartas da mesa todo turno.