O Parque da Cidade sempre me causou uma sensação estranha que eu não conseguia definir. Agora eu acho que sei: ele me dá uma sensação de shopping.

Mas cuma? Não tem nada a ver com shopping! Eu sei. Eu também tô tentando entender.

Eu penso que cada praça, cada parque tem uma personalidade diferente, me dá uma sensação diferente. A maioria das praças é frequentada por gente que mora perto, e isso dá uma certa vida pro lugar. Os shoppings também têm personalidades e sensações diferentes, mas em certa medida todos são artificiais, estéreis, elitistas.

O Parque da Cidade tá no meio do nada, perto de nada. Na frente, passa uma rodovia e, do outro lado dela, tem um condomínio de luxo.

Será que o povo do condomínio frequenta o parque, e dá um ar elitista? Mesmo se for, não é um simples passeio no parque. Não, com certeza eles não vão lá a pé; vão de carro, como quase todo mundo. Ir pro parque da cidade é uma coisa tipo (leia em voz robótica) “ei famílea domingo devemos irmos para o parque para desfrutarmos um lazer desportivo”.

Contrasta isso com aquela mesinha do lado terminal Rami. É um cantinho de nada, mas tem uma árvore e flores e plantas e é super bem cuidado e sempre tem velhinhos sentados à sombra conversando.

Que mais talvez? Muita grama e pouca árvore pro meu gosto? E o que é aquele concretão gigante perto da entrada?

Não sei bem, é só uma sensação. E é parcial. O Parque da Cidade ainda dá uma sensação menos desagradável do que qualquer shopping – mas surpreendentemente parecida.