TeDomum Write

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“Parece que o melhor seria largar todas as redes sociais pq só bad atrás de bad”

Não consegui responder de maneira satisfatória num tweet, então vim pro blog.

Uma coisa que acho que a gente não observa muito é o modo como o meio de comunicação afeta a comunicação. O Twitter promove toxicidade de várias maneiras diferentes.

O primeiro é que ele promove a má qualidade das mensagens. Tudo tem que ser o mais sucinto possível, ou então ficar picotado e espalhado entre mensagens diferentes. Então mesmo quando a comunicação é bem intencionada, se torna fragmentada, comprimida, elíptica. Quem escreve fica frustrado e desconta no interlocutor. Quem lê sente a animosidade e/ou acha que o outro é burro. Tudo vira hostilidade.

A comunicação no Twitter pressupõe imediatismo. A forma como o Twitter estrutura a comunicação promove a impulsividade de um jeito que a gente nem percebe. Só quem toma consciência disso e luta ativamente contra é que se protege dessa armadilha. E o imediatismo associado à má qualidade só amplifica o desastre dos dois.

O Twitter funciona principalmente como um monte de pequenos palcos. Até aí, nada demais. Mas não há quase barreira nenhuma pra interação. Combinando com a impulsividade e mensagens truncadas, já não dá bom. Isso quando uma resposta é só uma resposta. Mas muitas vezes a interação não toma forma de resposta, mas de um comentário cínico sobre o tweet de outro, direcionada não ao outro, mas à própria platéia. E tudo sujeito a retweets e likes – é uma competição de popularidade. Aqui é preciso olhar com atenção, porque são muitos elementos que não seriam ruins – o palco pessoal, a resposta, a citação – mas se tornam cínicos, tóxicos, no contexto do microblog convulsivo.

Mas não é só isso! Tem todo o esquema de “promover engajamento”. O Twitter quer manter você grudado nele, e por isso chama a sua atenção pra coisas que chamam a atenção. Coisas que você não buscaria, mas é difícil não olhar quando alguém coloca na sua frente. Frequentemente isso significa coisas chocantes, ultrajantes. Pode ser algo que aparece nos Trending Topics, ou algo que o algoritmo joga no seu feed. E mesmo que você consiga esconder os TTs e desligar o algoritmo de recomendação do Twitter, seus amigos e perfis que você segue podem levar isso tudo até você de qualquer jeito.

Todas essas questões estruturais promovem certos comportamentos, e esses comportamentos viram uma cultura, que se reproduz por conta própria.

Daí tem gente que é arrastada pro meio de guerras de popularidade pra ver quem grita mais alto. Tem gente que se vê obrigada a usar o Twitter pra acompanhar fulano e ciclano, e fica angustiada. Tem gente que gosta mesmo de dedo no cu e gritaria e acha o Twitter ótimo.

Veja bem, a bad existe. Coisas ruins acontecem. Mas a mídia pode dar um tamanho maior pra essas coisas. É uma ilusão, mas ao mesmo tempo é real. Não só aquilo fica mais visível, ampliado por uma lente, mas fica maior no coração das pessoas também.

. . .

Mas então o quê? As pessoas precisam se comunicar!

Muita gente que gostava do Twitter, mas ficou de saco cheio, mudou pro Mastodon. É bem melhor em muitos aspectos. É mais parecido com um Twitter raíz, pré-algoritmos, mas com um limite de caracteres tipicamente maior. Mas ainda pode promover comunicação débil e imediatista, e talvez carregar alguma cultura tuiteira. Tem muitas outras diferenças que seria importante ponderar, mas não cabe aqui. Até porque eu não uso e não recomendo.

Pra mim o ideal são blogs e RSS.

No seu blog, você não tem limite de caracteres. Pode escrever bem. Pode parar pra pensar. Pode perceber que nem precisa comentar determinado assunto, bater palma pra maluco dançar.

Nem precisa colocar caixa de comentários – se fulano tiver algo de relevante pra dizer, ele pode fazer o mínimo de esforço e te mandar um e-mail. Caixas de comentários podem dar uma impressão de que é um espaço público, um palquinho do qual a pessoa pode se apropriar. Mandar um e-mail é algo mais pessoal, você sabe que tá conversando com uma pessoa. As respostas vão ser mais ponderadas do que o que você vai ter no Twitter. Se você receber algo que valha a pena compartilhar, pode fazê-lo num post novo.

Existem serviços de blog gratuitos e decentes, como a hospedagem Wordpress oferecida por muitos dos CHATONS. Se isso não lhe parecer conveniente, e se você acha tolerável a perda de privacidade típica das redes sociais, pode até usar o serviço do Wordpress.com. Porra, até o Blogspot! (não, faz isso não, Blogspot é ruinzinho, e é da Google)

(Vou salientar aqui que existe a tecnologia Wordpress, representada pelo Wordpress.org, e o serviço de hospedagem do Wordpress.com. Muitos serviços oferecem a tecnologia Wordpress. O Wordpress.com é só um serviço específico.)

(Este blog que você está lendo agora é hospedado por um CHATON, mas não é Wordpress. É Write. Não sei se recomendo o Write. O Wordpress pode ser muito cheio de coisinha, mas é razoavelmente intuitivo e oferece as funções que as pessoas querem. O Write é limitado sem ser realmente simples. Se você quer algo mais elegante e “mão na massa”, uma cápsula Gemini talvez fosse o ideal.)

. . .

E o outro lado da moeda é: como que você vai acompanhar os blogs dos outros? Tem que olhar cada blog e site periodicamente?

Às vezes eu acho que a gente aqui no Burajiru não pegou a Era de Ouro da Internet, e a gente não tem certas referências. Como o RSS.

Existe um negócio chamado feed RSS. É uma tecnologia já antiga da Web, que foi feita justamente pra você poder acompanhar as novidades de sites e blogs. Aqui parece que é pouco conhecida, e mesmo na gringa é démodé. Pode parecer uma tecnologia abandonada, mas isso não é bem verdade. Só meia verdade. A maioria dos sites oferece feeds, mas poucos divulgam. A maioria fica escondido e você tem que saber achar. E você tem que achar um leitor de feeds que te agrade, o que não tá tão fácil. É um pouco mais complicado do que clicar num botão “follow” numa rede social X.

Primeiro, tem que ter um leitor de feeds. As opções são, ao mesmo tempo, limitadas e diversas. Eu uso o Akregator. Ele me dá bastante liberdade na configuração e organização, e ao mesmo tempo a interface é simples e intuitiva. Mas ele tem uns bugs, é desnecessariamente pesado (porque é do KDE), e só tem pra Linux, então não posso recomendar pra maioria dos meus amigos. Testei algumas opções multiplataforma, mas até o momento não tem nenhuma que eu sinta que possa recomendar pra geral.

Tem gente que vai querer poder acessar sua coleção de feeds de mais de um aparelho, e isso geralmente implica usar um serviço de terceiros, o que implica alguma perda de privacidade. Esse tipo de cliente Web parece ser mais popular – provavelmente mais pelo zeitgeist do que por serem melhores ou mais úteis – mas pra mim não interessa, então desconheço. Já vi recomendarem uma extensão do Firefox, que a própria Mozilla recomenda, inclusive, o Feedbroo, mas é proprietária, e eu broxo.

(Vale a pena abrir um parêntesis aqui: o RSS tem mais de uma versão, e tem também o Atom, que é um padrão de feeds que veio depois, e às vezes a gente mistura e chama tudo de RSS, mas às vezes não. Nada disso importa pro usuário. Qualquer leitor de feeds lê todos os tipos de RSS e Atom.)

Mas vamos lá, vamos supor que você achou um leitor de RSS que te agrade. Yay! Você quer receber as atualizações de blogs e sites de notícias. O feed vem na forma de um endereço, uma URL, que você copia e cola no seu leitor. Alguns sites fazem questão de divulgar, basta você procurar na página pelas palavras-chave “feed”, “RSS” ou “atualizações”, coisa assim. Às vezes eles usam um ícone laranja com um desenho de um pontinho e duas linhas curvas pra indicar o feed, mas às vezes símbolos parecidos são usados pra outras coisas. Se você não achar, não quer dizer que não tenha.

A maioria dos sites é feita com Wordpress, hoje em dia, e tem feeds. É só você adicionar “/feed” ao nome do site, que ele te dá um feed de todas os posts novos. Se o site ou blog é dividido em categorias, você pode abrir a página da categoria que quiser, adicionar “/feed”, e receber um feed só daquela categoria.

Blogs do Blogspot (eca) te dão um feed se você adicionar “/feeds/posts/default” ao endereço.

Toda página do tumblr te dá um feed se você adicionar “/rss” ao endereço.

Perfis do Mastodon te dão um feed se você adicionar “.rss” ao endereço (acredito que isso seja universal). Os feeds RSS do Mastodon são ruins, mas existem, o que já é alguma coisa.

Até canais do YouTube geram feeds! É só você copiar o endereço e colar no seu leitor, que ele acha o feed pra você. No Akregator pelo menos é assim que funciona. Também tem como pegar feeds de playlists do YT, mas é mais complicado e não funciona tão bem. Feeds de playlists do youtube só te dão os 15 itens do topo da lista, então só funciona se a playlist for bem curta, ou se os vídeos mais novos forem adicionados ao topo da lista (me parece que adicionar ao fim da lista é mais comum). Você tem que achar o código de identificação da lista, que é uma sequência de números e letras na URL. Exemplos:

https://www.youtube.com/playlist?list=CódigoDeIdentificaçãoDaPlaylist
https://www.youtube.com/watch?v=CódigoDeIdentificaçãoDoVídeo&list=CódigoDeIdentificaçãoDaPlaylist&index=1

Aí você copia o código da lista e cola no lugar correspondente nesse endereço:

https://www.youtube.com/feeds/videos.xml?playlist_id=CódigoDeIdentificaçãoDaPlaylist

E voilà!

Se tudo isso falhar, olhe o código-fonte da página. Procure por “feed”, “rss”, ou “atom”, talvez até “.xml”. Às vezes só assim pra achar o feed.

E claro, tem página que não tem feed. Paciência.

E cada feed é diferente. Alguns feeds te dão todo o texto do post. Alguns te dão só um parágrafo, e um link pra página com o texto completo. Alguns são só o link. Alguns feeds te oferecem só os posts mais recentes, uns 10, 15, 20. Alguns te dão todo o histórico do blog. Alguns blogs são atualizados só de vez em quando, enquanto que sites de notícias costumam publicar várias todo dia.

Se você quiser manter as coisas simples, pode atualizar todos os feeds uma vez por dia. Mas eu gosto de otimizar. Eu divido os feeds em pastas diferentes. Algumas coisas que eu acho mais importantes eu configuro pra atualizar automática e periodicamente, mais ou menos de acordo com a frequência de publicação. Outras, menos importantes, eu atualizo manualmente, de vez em quando, e configuro pra manter só um número pequeno de posts mais recentes. É um empoderamento que nenhuma rede social me oferece.

Como eu disse, você pode manter as coisas simples. Dependendo do seu leitor RSS, talvez você nem tenha tanta liberdade de configuração. Mas eu me preocupo que atualizar certos feeds diariamente pode ser dispendioso. O site do Drew DeVault, por exemplo. O feed dele contém basicamente TODO O SITE, e pesa alguns mega, que eu baixo alguns toda vez que atualizo o feed. Tudo bem que algumas páginas da Web pesam isso, mas não havendo necessidade, prefiro não abusar. Ou então tem sites de notícias que... caralho, eu não vou ler todas essas notícias. Também acho interessante não atualizar com tanta frequência. Mas isso é uma coisa que você pode ir vendo, ir ajustando.

. . .

Ahm, às vezes o buraco é mais embaixo. Eu passei algumas horas sentado escrevendo este post. Às vezes a pessoa só quer comentar alguma coisa, desabafar, compartilhar algo sem elaborar muito, responder algo que um amigo publicou, rapidão. E aí um microblog como Twitter ou Mastodon pode acabar servindo melhor. Eu às vezes sinto a tentação de ter uma conta de Mastodon em paralelo com o blog, só pras coisas mais bobas e fugazes. Coisas que eu sinto que ficam meio deslocadas no blog. Não sei.

E às vezes também a gente não quer ler um textão, só quer sei lá, ver o que tá rolando, o que os amigos tão aprontando, ver memes, gifs de gatinhos. Aí complica, porque essa é a hora em que a gente tá vulnerável. A hora que a gente tá cansado, a cognição tá baixa, e a gente não sabe lidar bem com as coisas. Nem sempre o que a rede social típica vai te oferecer é algo pequeno e de fácil digestão. Nem sempre vai ser algo agradável.

Algo que tem funcionado mais ou menos pra mim é manter uma pasta no meu leitor de feeds chamada “Feel good”. Essa pasta tem poucos feeds, mas são feeds que eu sei que vão ser bons quando eu estiver cansado, querendo dar uma risada. É melhor do que confiar que essa ou aquela torrente de informação vai me fazer bem.

 
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Alguns amigos comentaram o interesse de votar na candidata ao senado da Unidade Popular. Eu acho isso um grande erro.

Escolher senador é geralmente muito mais desgracento do que presidente ou governador. É eleição majoritária também, mas não tem segundo turno, então a pressão pra acertar de primeira e escolher o “menos pior que tem chance de ganhar” é maior.

E é bem mais difícil saber “quem tem chance de ganhar”. A eleição de senadores é o que gera menos interesse e debate. Geralmente tem debates intensos com relação aos cargos do executivo, e as pessoas decidem logo, e isso se reflete nas pesquisas. Já senador é algo que costuma ser meio ignorado até o último momento, e a pesquisa costuma dar uma falsa confiança.

Até que o pessoal tá levando a sério senador nesta eleição. Na última pesquisa que eu vi, 32% de intenção de voto no França, 16% no astronauta. Parece uma margem confortável. Parece que dá pra dar um voto simbólico prum partido nanico, sem grandes consequências. Mas a mesma pesquisa apontava 34% de votos indefinidos. Se metade disso decidir de última hora votar no astronauta, é o suficiente. E não tô nem considerando os outros votos, mais conservadores e à direita, que podem mudar pra ele.

É por isso que o Suplicy tantas vezes liderou a pesquisa de intenção de voto pro senado, mas não conseguiu ser eleito. Não confia demais na pesquisa, gente.

Se vocês gostaram da Unidade Popular, votem nos candidatos a deputado do partido. Partido pequeno tem que se fortalecer antes de querer cargo majoritário. O PSOL vem crescendo, não?

 
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from ¯\_(ツ)_/¯

Passando aqui pra avisar que tá tendo uma feira de livros no Jundiaí Shopping. Muito George Orwell, Júlio Verne, Arsène Lupin, entre outras coisas, por 15 real cada. Eu me segurei, peguei só o 1984. Tem também toneladas de coisa pra criança.

(Não é bizarro falar “Jundiaí Shopping” em vez de “Shopping Jundiaí”? Anglicismo, e anglicismo errado, porque gringo não fala “shopping”, gringo fala “mall”.)

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Preciso blogar mais. Tenho um monte de esboços aqui. E quero montar minha cápsula. Nem parece difícil.

. . .

Acho que tenho uma boa idéia de em quem votar já. Pra presidento e governadoro, Lulo e Haddado. Acho que não tenho que explicar muito esses.

Pra senador, o que tem é o França. Não sei qual foi a necessidade de coligar com esse cara. Me parece um ninguém. Mas olha nas pesquisas de intenção de voto, quem tá em segundo e terceiro. Bora França, tá pouco França, manda mais França!

Pra federal, eu não tava tão feliz com o PSOL. Na última eleição, não consegui eleger o cara que eu queria, e o partido tem tendências beligerantes, e manda uns fake news ocasionais, isso me incomoda. Fui namorar a REDE, e achei tudo nhã. Tudo menos a Marina. Gosto da Marina. Gosto do jeito empolado que ela fala. Gosto que ela é conciliadora. Gosto que ela tá abraçando forte a renda universal do Suplicinho.

Ah, o Suplicinho. Sou capaz de votar nele pra estadual. Ele poderia muito bem concorrer a senador, agora que o antipetismo tá arrefecendo. Podia concorrer a federal. Não sei por que se limitou a estadual. Tá velhinho, deve estar querendo ficar mais perto de casa.

Veja bem, eu tô satisfeito com o Giannazi. Ótimo deputado, voto nele há dois mandatos já. Mas me anima a oportunidade de votar no Suplicinho. É um voto no PT, o que não é o ideal, mas ao mesmo tempo ele meio que é um espinho no pé do PT, um dos poucos caras TR00 do PT.

 
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from Shinra

4h47

c’est une belle heure pour partager quelques mots non ?

Comment allez-vous ? Bien, j’espère !?

Nous voilà déjà en Juillet, les choses ont évolué depuis le dernier message. Il a bien fallu trouver quelque-chose pour rentrer des € , des unités monétaires non-libre (unl) vu que la #monnaielibre n’est pas encore hyper répandue à l’usage dans le coin… et que la banque ne semble toujours pas enclin à en accepter ^^ .

Fin du mois de février, j’ai commencé une formation de tôlier spécialiste « poids lourds » au sein du groupe Faurie , et dans un garage Renault Trucks à Saint-Georges.

Bon j’imagine que ça ne vous dit rien grand-chose ×

En gros, j’apprends la carrosserie et le lieu d’apprentissage est à 40km de la maison.

D’un côté, c’est pas mal, j’ai trouvé une formation payée et vu mon âge, c’est directement le smic (et non une fraction de celui-ci). De l’autre côté, et bien… je mets en valeur du capital.

En fait j’ai remarqué que ce taf est vraiment un mélange de choses assez hétérogènes, ou plus exactement, que mon projet de vie, dans lequel ce nouveau taf arrive, donne un ensemble assez hétérogène : je vise la sobriété énergétique MAIS je fais 80km par jour pour le travail . Je vise la moindre dépendance aux réseaux MAIS ce boulot est majoritairement tributaire des énergies fossiles et de l’électricité. Je vise un usage le plus répandu possible des #lowtech MAIS j’ai du matos « pointu ». Je vise le temps partiel salarié MAIS la formation de 14 mois se passe à temps plein.

Bref ce mélange des genres m’oblige parfois à me poser et me concentrer.

Par contre il y a deux constatations in-dé-nia-bles qui ont été faites

1° comme je mets du capital en valeur, ça semble être considéré comme un véritable travail ET à terme, dès l’embauche, le salaire sera plus important que celui que je percevais dans le médico-social au bout de 8 ans d’ancienneté. C’est moche, mais c’est comme ça -₋-

2° si il est plus difficile physiquement, il est beaucoup plus reposant psychiquement : quand l’heure de la débauche (oui, j’apprécie beaucoup ce sens là à ce mot ^^ ) arrive, je laisse absolument tout en plan sans me tracasser de savoir si la nuit va bien se passer et me demander ce que je vais bien devoir faire demain pour que ce soit mieux pour elle. Nan, la pièce travaillée s’en fiche complètement. Ça, pour le moment, ça n’a pas de prix.

Alors pour le moment, comme l’a dit une connaissance, je fais un peu le maître zen : le quotidien est vécu comme une expérience et un chemin à accomplir au mieux avec toutes ses imperfections, tentant de trouver du bagage utile à tout événement qui surgit.

Reste à savoir combien de temps mon sale caractère va résister à la chose ^^ .

Ha et il y a une autre chose de bien à cette aventure : je sais qu’elle a un terme prédéfini, 14 mois, pas plus. En juin 2023, c’est la quille et peut-être un certificat de qualification professionnelle dans la poche avec du bagage technique qui devrait partiellement pouvoir être réutilisable dans le projet d’ #autonomie

#travailsalarié

 
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from Sarita A

Ton doigt sur mon épaule

Ton doigt sur mon épaule Celui qui me dessine Divague en vagues sublimes Les courbes de mon corps

Ta bouche est en émois Attrape mon téton Je ne peux rester coi Tes doigts sur mon bouton

Moi je rêve de toi De moi sur ton ponton Tes baisers sur mon front Et je te ferai roi

Roi des oscillations De celles de nos chairs Vols en constellations Bien au-delà des mers

Sarita mai 22

#poésie #érotique

 
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from Sarita A

Mourir vieux (avec toi)

Tes boucles d’ébène Face à l’océan Contemplent la plaine Comme effleure le vent Sous les perles brunes Et les ciels d’ivoire Dans les mers, les dunes Où l’on vient s’asseoir On prendra le temps De tout voir D’aimer chaque instant Comme un dernier soir

Je veux mourir vieux Dans tes bras de soie Sous un ciel pluvieux Pour que l’on s’y noie Je n’ai qu’un seul vœu Avant l’au-delà C’est ton sel, ton feu Pour brûler ma voix

On dira jamais On dira toujours Comme en javanais On fera l’amour On brisera les chaînes De nos prisons d’or Du jardin d’Eden Pour tromper la mort On s’envolera Tout là-haut Emprunter les lunes Sombrer dans les eaux

Je veux mourir vieux Dans tes bras de soie Sous un ciel pluvieux Pour que l’on s’y noie Je n’ai qu’un seul vœu Avant l’au-delà C’est ton sel, ton feu Pour brûler ma voix

Dans les champs d’oranges De Galice et d’Andalousie Se suffire ensemble De délices et de fruits Se coucher à l’aube Rassasiés de la vie Dans le bleu, dans le mauve De l’éternelle nuit

Je veux mourir vieux Dans tes bras de soie Sous un ciel pluvieux Pour que l’on s’y noie Je n’ai qu’un seul vœu Avant l’au-delà C’est ton sel, ton feu Pour brûler ma voix

Tim Dup – Mourir vieux (avec toi)

#citation

https://www.youtube.com/watch?v=btID6EEsgQY

 
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from Sarita A

It’s not so much that I want to know God

As to be close to the spiral in the seashell,

To feel the wind as my own breath,

To let birdsong all the way in to my being, let my bones be the ledger lines for its dancing song.

It’s not so much that I want to know God

as to be reacquainted with the intimacies of the stars through remembering they’ve always shone from within the expansiveness of my own chest

It’s not so much that I want to please any Cosmic Authority as to be strong enough to finally hold every little girl still inside of me as she weeps old tears that were never held.

It’s not so much that I need a particular place of worship—

I want to flee less the majesty of each moment

that the humble door of my ancient heart be more willing to open to the wide beauty of the world.

My only prayer is to be excommunicated from ideology

and join the congregation of morning dew shimmering with enlivened mystery and freshness, replete with sparkling wonder

It’s not so much that I want to worship God

as for my devotional practice to be opening my body to the living scripture of Life’s movement as She dances Her desires through me

and to remember to say thank you with deep recognition for every small act of love that finds me.

It’s not so much that I believe in God as it’s been taught

but that all I desire is to serve the One Great Heart that lives within us all.” ~ Chelan Harkin Poetry

#poésie #citation

 
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from Sarita A

De cœur à corps

De cœur, accord Lissage charnel Te connecte à ton corps Te émotions partent au ciel

De cœur, accord Voyage tactile De mes mains sur ta sphère Ascendance céleste

De cœur, accord Incarnation là Vers la chair en appel Douceur en cocon de soi

Sarita mai 22

#poésie

 
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from Sarita A

Lune pleine

Lune pleine de moi Lune pleine de toi Rondeur de nos ébats Sous sa pâle lumière Je danse dans tes bras Tu caresses ma chair Je dessine de mon doigt Ta silhouette si claire Vibrante de nos émois En cette danse claire

Sarita 15/05/22

#poésie

 
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from Argeveller

Les personnes dites « sans papiers » sont plus réellement des personnes qui n'ont pas les bons papiers pour accéder à des droits humains et bien plus encore. Leur refuser ses « papiers » comme valident c'est aussi nier tout un pan d'actes scellés dans des papier, toute une reconnaissance de leur vécu, de leur parcours, de leurs métiers, diplômes, narratifs, présents dans des écrits. Leur refuser aussi et conjointement de « nouveaux papiers » c'est les empêcher d'exister. Tout ceci est également leur enlever tout droit légitime au concept de documentation, tout ce qui existait l'instant précédent le franchissement d'une frontière. Elles sont Undocumented. Elles sont administrées très particulièrement à cette occasion. C'est pourtant en franchissant cette limite géo-administrative que ces personnes demandent aide et hospitalité, droit de vivre décemment alors que dans les faits c'est un autre basculement qui est opéré. Avec cette négation de leur histoire et de leur « papier », ces personnes sont enfermées dans une condition sous-humaine et invisibilisée. N'ayant plus de place de vie reconnue par un bon papier il ne reste que la survie. Le capitalisme étant le système dominant, ces personnes sont irrémédiablement forcées d'accepter de travailler sans bénéfice, ni protection, pour une demi-bouchée de pain. Cette misère instituée est la tapis de confort et de profit sur lequel roule les métropoles modernes et les couches sociales plus avantagées.

« Elles survivent dans l'extrême précarité, sans droit, dans la clandestinité et victimes de l'exploitation. Malgré leur rôle important pour de gros secteur de l'économie (Construction, nettoyage, soin aux personnes…) l'État les criminalisent. Et avec la crise Covid, la situation est devenu intenable […] Si on ne force pas le sujet sur la table, la question de la régularisation et du vivre ensemble sera remplacée par un discours hypocrite prônant ; l’hospitalité, l’accueil, bref une charité dont on ne veut pas car elle ne reconnaît pas notre place effective dans cette société... Pour cela nous, le Collectif Zone Neutre, appelons toutes les organisations, militantes, citoyennes Européennes à réagir le 31 mars en soutenant notre action, d’occupation de l’espace public »

Les mots du collectifs Zone Neutre en Belgique, D. KBC journal des sans papiers.

« Personne ne doit été mis de côté

En creusant un peu plus profondément, nous voyons que le capitalisme fait face à une contradiction familière : exploiter les travailleurs, mais s’assurer qu’il y aura des travailleurs à exploiter demain. Gérer le virus, gérer la production. Comme l’inflation, la courbe des décès doit être régulée, maintenue à un niveau correct. Partout, ce paradoxe est évident : “restez chez vous” mais “allez au travail” ! Technocrates et managers débattent de la règle des 2 mètres comme les Factory Acts du 19e siècle débattaient du rapport entre les profits, la santé et les mètres cubes par ouvrier. » Personne ne doit être oublié ni mis de côté – Anarchie, confinement et crypto-eugénisme (audio) ; Personne ne doit être oublié ni mis de côté – Anarchie, confinement et crypto-eugénisme (texte)

 
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from Shinra

Que faisons-nous ?

Fin 2019, arrivée de la « covid 19 ». Début 2020, vivant en France, on entend tout et son contraire, masque, pas masque, danger, bof oui mais non, si si beaucoup, « quoi qu’il en coûte » est prononcé, répit pour la nature, privation de liberté de mouvement via confinements , un couvre-feu, des auto-attestations (alors la, chapeau, ils ont fait fort) .

Moins régulier au taf car syndrome anxio-dépressif qui s’accentue, puis temps partiel thérapeutique, et ensuite… la galère de boulot après rupture conventionnelle. Risque de perdre le toit au dessus la tête. Du taf? J’en retrouve dans le domaine où je me suis formé pendant plus de 10 ans, le médico-social… jusqu’au mois de septembre 2021, le 15 où , à cause des conditions de la politique sanitaire choisie et assumée par l’État Français, je me retrouve empêché d’être embauché par les employeurs pour lesquels je travaillais jusque là.

Les individus sont blâmés, non pas l’État, ni sa gestion calamiteuse des choses. Déjà , là, j’entends des « mais c’est à cause des gens comme vous si les choses ne reviennent pas « à la normale » » Il est plus facile d’individualiser l’attaque. Les vagues successives ? ce sont les non-vaccinés. Ce sont eux les mauvais, et quasi tous des antivaxs ces salauds. Ils ne pensent qu’à eux, ils ne jouent pas « le jeu » , ils n’en font qu’à leur tête. Ils nous empêchent de consommer en rond.

De quoi ont-ils peur ces gens réticents aux vaccins ? Bah, ils ne risquent rien quand même. Allez, fais toi piquer, tu pourras bosser, gagner ta croûte. Tu faisais partie des gens « de première ligne » , c’est cool, ton taf est utile mais on ne va pas t’aider pour autant. À la limite, certaines auront des sacs poubelles pour se protéger. Les actionnaires eux peuvent se gaver à s’en faire éclater.

Mais juré, la vaccination ne sera pas obligatoire, parole de président… sauf pour …les soignantes, les accompagnatrices en structures médicales, sociales et médico-sociales… mais par les flics et les militaires.

Pas de piquouze, pas de pass… pas de resto, de cinéma, de … mais vous pensiez quoi ? Que j’y allais déjà toutes les semaines, avec une famille de 5 ? Idem pour le resto ? Bienvenue dans le monde que connaissent les pauvres et moins fortunés depuis des décennies. Par contre là où je suis vraiment privé, c’est la médiathèque, ça, c’est dur : interdit d’aller flâner dans les rayons entre les bouquins et autres médias, obligé de commander à l’avance et de retirer le paquet « à part » comme… bah… pas comme les autres quoi.

L'État fRançais vient de me faire perdre 10 années de formation continue. Les employeurs ne peuvent pas m'embaucher à cause de mon statut vaccinal !!!

Donc je perds 10 années de formation continue, je suis interdit de la culture la plus accessible, je ne peux même pas officiellement aller fêter mon anniversaire de 20 ans de mariage dans un lieu où prendre un repas sympa, je perds la possibilité de me faire embaucher pour faire ce en quoi je suis bon, on souhaite ma mort parce que je n’accepte pas ce seul acte technique, je vais devoir aller voir l’ophtalmo en 2022 et je ne sais même pas si on va accepter que je rentre à l’hôpital, et aujourd’hui je vois qu’on émet l’idée de punir à minima d’amende. Les 90 % versus les 10 autres ? C’est ça notre monde ? Sérieux ?

Alors là… C’est fait… je recraque… suis en pleurs

La fatigue est là, ça fait 2 ans que d’autres et moi on en prend plein la tronche.

Et vous semblez être un bon paquet à ne pas être en désaccord avec ce que vit la minorité. Et des minorités, pourtant, il y en a plein, partout, de tous genres et styles.

Qui ne s'oppose, consent !

Au moment où c’est vous qui serez concernés, attaqués et blâmés, peut-être que ce jour là , on luttera ensemble, et mieux que maintenant. Mais, braves gens, d’ici à ce que vous soyez concernés…certain·es auront abandonné tout espoir.

Ha oui et choisissez bien votre prochain maître, au cas où il serait un meilleur maître que les précédents. C’est que c’est important un maître.

Peuh

Quand je me serai calmé, venez me faire coucou, on partagera un bon feu, une boisson et on discutera.

En attendant, je sens les larmes monter, il était temps, les précédentes avaient séché.

#politique #sanitaire #travailsalarié

 
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